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Rainbow Mountain – Cusco

Desde há um ano para cá que quem vai a Cusco não fala de outra coisa! É sem duvida uma maravilha da Natureza, mas ao mesmo tempo um caso triste: já se perguntaram porque é que só agora se ouve falar da Rainbow Mountain? A verdade é que antes estava tapada por neve e devido ao aumento da temperatura (ouviste Trump?), o gelo derreteu e revelou ao mundo este segredo!

Rainbow Mountain é o nome “turístico”, o verdadeiro nome é Vinicunca, montanha que faz parte da cadeia montanhosa do Ausengate. Ausengate é um dos Deuses da Montanha dos Incas, ou “Apus” (em Quechua), um local de veneração e sacrifício (sim, não eram só os Mayas que faziam sacrifícios).

Para quem gosta de Natureza (quem não gosta?) é um bom desafio, para quem não gosta de altitude e sofre com isso, é capaz de já não ser assim tão bom! Qualquer viagem tradicional à Montaña de las Siete Colores começa com um “recorrido” da mini van da empresa que contrataram às 3 da manha no Hostel. Daí são umas três horas de estrada boa até chegar a uma pequena aldeia que se chama Pitumarca e daí mais uma hora e meia, por uma estrada menos boa, até chegar a uma pequena aldeola onde tomamos o pequeno almoço. Já estamos a 4000 metros, mais 600 que em Cusco, e já se nota bem a diferença na respiração (não é que em Cusco seja muito fácil respirar). Aqui vês que tudo mudou em pouco tempo para receber os muitos turistas que começam a chegar a esta zona. Onde há um ano não tinha nada, agora já tem um “restaurante”, pessoas a vender comida, gorros e luvas (porque sim, faz muito frio!). De qualquer das formas muito não mudou: os miúdos andam descalços a brincar na lama (e nós, turistas, cheios de roupa e cheios de frio) e mais bonito que isso os homens e mulheres, mas principalmente os homens, fazem questão de usar as roupas típicas, super coloridas e super trabalhadas. Acreditem, é bonito de ver! Mais meia hora de viagem, por uma estrada assustadora e lindíssima, e estamos no inicio do percurso: 4300 metros.

Aqui apercebemo-nos que há outra coisa que mudou: a economia. Se há um ano estas pessoas viviam da agricultura, dos lamas e dos alpacas, agora vivem dos cavalos! Todos têm o seu cavalo, para os turistas utilizarem caso não se sintam capazes de fazer a caminhada, por uns míseros 70 soles. Isto parece uma coisa boa, mas não é: os cavalos, muitos e pesados, vão aos poucos destruindo a vegetação por onde passam, algo que não é uma preocupação agora, mas claramente será no futuro quando a lama substituir os caminhos verdes que nos levam dos 4300 metros até aos 5100.

Sim, subimos quase mil metros, e quando já estamos a uma altitude tão elevada não é tarefa nada fácil. Eu demorei quase 3 horas, fiz o percurso com calma, fui tirando muitas fotos … é de cortar a respiração (literalmente e figurativamente!). Tão ou mais bonito que a montanha, é o caminho, pelo vale glaciar, com vista para Ausengate. Levei comigo muita água (vendem durante o caminho mas é muito cara) e muitas folhas de coca, que ia mascando para alivias os efeitos da altitude (e acreditem que funciona). O ideal é chegar ao cume antes do meio dia, porque a partir daí o tempo começa a mudar, a nuvens vêm com o vento que começa a ficar forte, e, com as nuvens e o vento, a chuva. Chegar foi incrível, pela vista e pela sensação de dever cumprido. Acreditem, foi o percurso mais difícil que alguma vez fiz, e a ultima parte é de loucos, a subida é quase a pique e é preciso parar para “respirar” a cada passo dado. A qualquer altura do percurso era possível negociar com os locais o preço do cavalo, e muita gente acaba por se render e fazer “batota” na ultima parte.

Descer também não foi tarefa fácil! O corpo já sente o cansaço e a altitude começa a causar dores de cabeça. Não se entusiasmem e mantenham o ritmo tranquilo para que não tenham uma má surpresa. São mais duas horas a descer. Como demorei um pouco em cima da montanha, a tirar fotos e a apreciar a vista, na ultima meia hora, fui abençoado com uma grande saraivada!

Como podem ver pelas fotos, vale meeesmo muito a pena, desde que se sintam preparados e com vontade de aceitar tão grande desafio!

Em termos de preços, como em todo lado, variam muito de acordo com as condições que estão à procura. Ao longo de Cusco, existem agências a vender o tour desde 60 até 130 soles. Quando querem algo privado e com melhores condições (melhor almoço, paus de caminhada, etc.) podem pagar muito mais. No inicio do percurso podem alugar um pau de caminhada por 5 soles. O cavalo começa nos 70 soles e vai diminuindo de acordo com a vossa capacidade de negociação e com a distância que já caminharam. Para entrar na”Reserva”, há que pagar 10 soles.

Notas importantes:

  • Faz mesmo muito frio;
  • Devem fazer alguns dias de habituação à altitude em Cusco primeiro (pelo menos 2);
  • Levar folhas de coca, e talvez algo para atenuar as dores de cabeça;
  • Manter sempre a calma, mesmo quando o ar falta o mais importante é manter a respiração regular e não entrar em pânico;
  • Há casas de banho ao longo do caminho;
  • Vendem comida ao longo do caminho;
  • Preparem-se para a chuva;
  • Muita água (3 litros mínimo).
  • Podem sentir tonturas por duas razões: efeitos de altitude e efeitos dos ventos fortes cruzados. Os ventos fortes no cima da montanha, quando vêm de várias direcções diferentes, podem deixar o nosso organismo baralhado, mas não deixam a ponta dos dedos roxa, coisa que acontece com a falta de oxigénio. Todos os guias dizem que levam garrafas de oxigénio, mas muito sinceramente não acreditem, porque eu não vi nenhuma. Em qualquer destes casos o melhor é parar, manter a calma, voltar para trás ou subir/descer o resto de cavalo.

 

Se precisarem de uma agência de confiança, falem connosco porque temos os contacto da melhor! Boas viagens 🙂

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