Primeiro estranha, depois entranha. Primeiro causa-nos uma sensação de desconforto, estranheza e até mesmo alguma desconfiança (por alguma vergonha que tenhamos em admitir): uma pessoa receber-nos em sua casa, sem sequer nos conhecer de lado nenhum, sem saber se somos de confiança. A principio é também uma forma de reduzir custos.
“We see as we are” – Buddha – e isso é muito mais evidente quando viajamos. Depois de duas experiências, fazer CouchSurf é completamente diferente daquilo que era no inicio: muito mais que uma forma de poupar nos custos, é uma forma de estar em contacto directo com as pessoas do sitio onde estamos que, sem saber se somos de confiança e sem nos conhecerem de lado nenhum, nos recebem em sua casa, nos mostram a sua cidade, nos contam as suas histórias, partilham a sua comida… A experiência de viajar como estamos a viajar, que é bem diferente de fazer férias, centra-se nas pessoas que conhecemos enquanto viajamos, muito mais que nos sítios que conhecemos! Encararmos estas experiências de forma positiva, leva a que a nossa experiência na estrada seja centrada nas pessoas, e muito mais inspiradora!
Em Mendoza ficamos em casa do Leandro, um maluco, que deixa a porta da casa aberta (literalmente) para receber toda a gente que chega. Conhecemos a Luli, a meio da tarde, e nessa noite fomos com ela a um aniversário. Conhecemos o Fran, um espanhol cheio de vida e ideias, que deixou o trabalho para viajar, primeiro para a Argentina porque se tinha apaixonado por um filme Argentino, e depois pela Europa e Ásia, para poder levar os seus cães. Conhecemos a Christina, uma Dinamarquesa amorosa que estuda espanhol em Santiago do Chile. Vir à Argentina não é o mesmo sem ir a Mendoza e ir a Mendoza não é o mesmo sem ficar em casa do Leandro.
A viajem começou agora e já temos vontade de voltar para puder retribuir aquilo que estamos a receber! Se viajarem, façam CouchSurf, porque a melhor forma de conhecer os locais é, sem dívida, conhecer as pessoas!